quinta-feira, 8 de maio de 2008

O que aconteceu ao Ronaldinho?

MARIZA RAJA

Por uma jogada do destino, um acidente, ele perdeu o que o alçava ao Olimpo.

À morada dos deuses, lugar em que os mortais vivem a fantasia de se tornarem imortais. Onde o poder é inebriante e sedutor, mas traz escondida a vulnerabilidade a que fica exposto o ser humano em qualquer situação da vida.

Ronaldinho por um desejo incontido errou o passe, pisou na bola, escorregou e caiu ao correr atrás do objeto desejado. E com isto deixou de fora os seus pés de barro, que se espatifaram e desabaram na poeira levantada pelo tombo.

Atordoado com o drible mal dado, e arrependido, tentou colar os pés, não deu certo, ficando um remendo mal feito e visível levando-o a um julgamento preconceituoso e galhofeiro por parte da mídia e dos seus torcedores.

Ao ser expulso do Olimpo como homem comum, não obteve o perdão e seu pecado tornou-se maior quando correu o mundo.

Suas fotos estampadas nos jornais mundiais, não lembram aquele Ronaldo saudável, risonho e feliz, mas mostram um homem fora do seu perfil de atleta, tristonho e humilhado.

E assim, temos a impressão de que este chute para fora estancou o jogo e proibiu a bola de rolar.

Portanto, meu caro leitor, pergunto-me: O que aconteceu ao Ronaldo?
Ao atleta que devido a sua arte e habilidade com a bola, recebeu o codinome de “Fenômeno” e legou-nos a nós brasileiros, tantos títulos e alegrias.

4 comentários:

Fabio Bastos disse...

Mariza

Vc deu um tratamento mitológico ao nosso mito. Expõe o fato e termina deixando para o leitor a explicação para a pergunta do título. Uma boa estratégia.

Abs
Fabio

Ana Lúcia Prôa disse...

Mariza, estava com saudade das suas crônicas! Mandou bem ao construir, em cima de um fato da atualidade, um texto cheio de colocações acertadas, num verdadeiro jogo de palavras. GOL DA MARIIIIIIIIIZA!

Beijos,

Ana Prôa

Therezinha Mello disse...

Mariza,

Gostei da sua leitura criativa, de um fato exaustivamente explorado pela midia. Gosto do seu estilo.

Bjs, The

Maria Teresa disse...

Um texto bem "mariziano".
Adorei!
Só, ao contrário do que o Novaes diria, senti um drible a menos.
Abs
MªTeresa