quinta-feira, 9 de julho de 2009
O El Cid de Los Angeles
Assim como El Cid que lutou morto a última batalha, o pop star Michael Jackson também continua atuando enquanto não decidem o que fazer com seus despojos. O show não pode parar e seu corpo insepulto atrai multidões a Los Angeles e garante o faturamento de sua família, de empresários e do comércio local. É o turismo fúnebre. Enquanto seus potenciais herdeiros brigam pela herança, o seu velório virou um mega espetáculo num estádio onde o principal astro compareceria embalsamado, com a aparência não muito diferente das suas últimas performances. Há quem diga que ele já estava morto há bastante tempo e só agora decidiram divulgar.
Entretanto, o velório do astro não devia se limitar à cidade de Los Angeles, o mundo inteiro tem o direito de ver e se despedir do rei do pop. Seus empresários não deviam cancelar a turnê mundial que estava programada, basta colocar o corpo num avião, e nesse caso pode ser um Airbus uma vez que o principal passageiro já embarcaria morto, e sair mundo afora pelos lugares por onde ele passou, do Dona Marta ao Picadilly Circus.
Uma outra hipótese seria não enterrá-lo nunca, deixá-lo embalsamado e transformá-lo numa nova atração da Disney, ou de um parque temático a ser criado no sítio Neverland. Com os recursos tecnológicos e alguns chips no corpo ele poderia até mesmo dar o famoso passo moonwalk. Poderia se dizer então com segurança que, assim como seu sogro Elvis, Michael Jackson não morreu.
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3 comentários:
Caramba, Fábio!
"Pegou pesado"!
A crônica, porém, é realista e com seu estilo primoroso.
Que venham outras mais leves!
Abraço,
Maria Teresa
Fábio,
Já comentei no seu blog. Adorei!
The
Grande Fabio! Não achei pesada não, o que estão fazendo com o corpo do astro insepulto, é "money".
Ótima crônica, tragicômica, bem ao seu feitio!
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