domingo, 17 de maio de 2009

Operação Solução Alheia

Esta semana voltei a surfar após três meses fora. Sentado numa prancha no mar a vista da cidade é única. Imagino que somente uma fração dos que moram nesta cidade a conhecem assim. Mas mesmo diante das sombras dos prédios da Vieira Souto que estampam a praia, não consegui evitar certa tristeza. A mata dos dois irmãos, que há dois anos adornam o logo deste blog, está desaparecendo rapidamente.

                A favelização do espaço urbano que já devastou alguns dos mais lindos- sem dizer mais caros- pontos da cidade, agora sobe os pés dos irmãos como uma gangrena irreversivel. A vista do calçadão ou mesmo da praia, não mostra o real desagravo.

Me pergunto, a fiscalização é realmente tão precária que não é possível impedir as construções? Existe fiscalização? Diante deste quadro começo a concordar com a ideia dos muros que encantou tantos cariocas.

            Mas talvez antes de simpatizarmos com medidas tão drásticas, deveríamos ter uma segunda opinião. Afinal sem conhecimento não tem planejamento, e sem os dois nenhuma ação renderá frutos. Pode ser por pura ignorância, mas não consigo pensar em país algum que tenha lidado com uma situação destas, pelo menos com qualquer sucesso. Não é como a solução das bicicletas de Paris que o Sergio Cabral pôde copiar (dá inveja os problemas deles). Nesta linha de pensamento concebi a Operação Solução Alheia (a PF já tomou os nomes bons).

            Na primeira etapa da operação mandaríamos alguns milhares de brasileiros gradualmente aos EUA. Sugiro entrada pela fronteira do México, afinal qualquer coisa entra por lá, menos mexicanos. Tinha pensado numa lista especifica de candidatos, mas creio que o STF precise de um presidente para funcionar, portanto podem ir os servidores públicos, que aparentemente é o que não falta por estas partes, especialmente no senado. Ao chegar, nossos brasileiros tomariam o morro de Hollywood. Lá secariam suas roupas nas celebres letras que vigiam a cidade, montariam seus barracos, e teriam as tarefas de devastar a mata e ocasionalmente perderem umas balas- quantia a ser definida pelo Ministério de Planejamento, Orçamento, e Gestão. Claro, tudo financiado pelo bolsa família. Pronto, agora é só observar.

            Uma equipe mista de sociólogos e parentes de políticos (necessários em qualquer projeto brasileiro) vão analisar como os Estates lidam com o problema, detalhando cada passo num dossiê, muito como o da Dilma. E vapt-vupt!!! Teremos nossa solução.

            No final das contas é só imitar o que fazem lá. Afinal, esta estratégia já antiga tem dado tão certo aqui...

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